Justiça restaurativa - Poesia
Nas sombras das periferias onde a luz da justiça mal toca,
Surge um clamor por um novo amanhecer,
Um apelo por uma resposta humana, mais próxima,
Pela justiça restaurativa, um novo jeito de ser.
Onde as taxas de retorno ao erro se reduziriam,
Por compreender a raiz profunda do mal causado,
Com diálogo e reparação, pontes se construiriam,
E pelo caminho da empatia, seguiriamos guiados.
Nos becos das desavenças, um diálogo franco,
Onde vítima e ofensor, cara a cara, podem se entender,
As feridas se curam, com um toque mais brando,
Nas bases do respeito mútuo, começam a fenecer.
A reintegração, não a exclusão, nos define,
Guiados pela mão de diversos saberes,
Em cada história, uma lição se alinha,
Para que no tecido social, novamente floresçam seres.
Nas cortes abarrotadas, uma esperança para aliviar,
Caminhos mais rápidos e humanos para desatar, o nó,
Na justiça restaurativa, um novo lar para encontrar,
Transformando o que era sobrecarga, em algo, menos só.
E assim, brota uma cultura de paz,
Nos corações antes fechados pela dor,
Na justiça que une, que satisfaz,
Restaurando a confiança, com novo vigor.
Este é o clamor das ruas esquecidas,
Por uma justiça que não apenas pune, mas cura e constrói,
Nas mãos da justiça restaurativa, vidas renascidas,
Na esperança de um amanhã, onde a luz da paz, em todos, se insere e não dói.
Daniel Barthes.