O achismo e a verdade
Pior que o achismo do ignorante
é a desonestidade intelectual de quem,
diante de manifestas mentiras,
tenta defender o indefensável,
apenas por conveniência
ou interesse particular ou por medo
ou por todos esses fatores juntos.
E, pior ainda, é o silêncio dos justos,
parafraseando Martin Luther King,
ou a banalização do mal,
como defendia Hannah Arendt.
Quando o homem, por interesse pessoal,
deixa de defender a verdade,
ele se torna espectro de homem,
nada mais que isso.
Quando o homem,
por conveniência e vil sobrevivência,
deixa de aceitar a realidade
para entregar-se a ilações subjetivas,
ele sai da condição de mero espectador
para o patamar de cúmplice-algoz
de todo o mal que sobrevirá,
decorrente dos sofismas que propaga,
em detrimento da verdade.