Idade certa para quem cara-pálida?
O relativismo é em si mesmo muito relativo.
Para alguns, a verdade depende antes de tudo do lugar.
Para outros, da época.
Para outros, ainda, da eficiência.
Para muitos, depende, hoje, do indivíduo.
Os céticos da antiguidade propositadamente iam além, e relativizavam a própria individualidade.
A mudança perpétua de nossas afeições: saúde, doença, sono, vigília, alegria, tristeza, ALFABETIZAÇÃO, juventude, velhice, ousadia, medo, necessidade, riqueza, ódio, amizade, calor, frio, respiração, expiração.
Uma obra de arte odiada teria me agradado se não estivesse com dor de cabeça naquele dia.
O indivíduo não é indivisível o suficiente para ser o critério último do relativismo.
O relativismo individualista aparece como a tentativa muito dogmática de não considerar essas relatividades mais encarnadas e humilhantes que marcam a fragilidade de meus próprios julgamentos.
Há uma relatividade decisiva que nossa sociedade rejeita especialmente: a das idades da vida.