Minha Aurora de Zaratustra

Numa célebre passagem do livro "Assim Falou Zaratustra" de Nietzsche, o profeta Zaratustra está andando com um morto nas costas para enterrá-lo com as próprias mãos, visando proporcionar-lhe uma morte digna. Contudo, o profeta tem uma revelação de que não necessita de amigos mortos, mas sim de vivos. Assim, ele decide divulgar suas ideias não para os mortos, mas para aqueles que têm ouvidos abertos para escutar ideias novas, que, segundo ele, são os vivos. Essa foi a aurora de Zaratustra.

 

Eu também decido tomar a mesma resolução. Por que demonstrar meu amor para alguém que não está presente? Eu preciso de companheiros vivos que possam me aconselhar e estar comigo no dia a dia. Muito dessa decisão veio de um comentário que recebi de um perfil anônimo aqui no recanto, no meu texto "Para os padrões do recanto, eu sou um galã", de alguém que se identifica como Helton. No comentário, a pessoa sugere que eu deveria estudar para ser alguém na vida e me chama de moleque, basicamente isso. Não entendo como alguém entra no perfil de outra pessoa para despejar um tal comentário, mas pensando bem, esse comentário poderia ser feito pela pessoa que gosto, o que me deixou muito para baixo. Se ela não fala diretamente comigo, como saberei o que ela pensa de mim?

 

Ora, se devo estudar, me pergunto o que tenho feito ao longo de toda a minha vida, então. Só porque meus conhecimentos não são legitimados e não têm utilidade, não significa que eu não estudo. As ideias que eu dissemino aqui não brotam do nada. Embora o comentário de Helton possa ter tido a intenção de ser agradável, eu o achei de muito baixo tom. Mas o comentário me despertou. Eu preciso de alguém que goste de mim apesar de tudo e, assim como Zaratustra, necessito de companheiros vivos. Por isso, irei demonstrar minha admiração e carinho apenas para aqueles que estejam disponíveis e me admirem.

Dave Le Dave II
Enviado por Dave Le Dave II em 23/02/2024
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