Da Descoberta, O Adeus...

Da Descoberta, O Adeus...

No meio do oceano índico, um adeus flutuava à deriva, ao longe uma Nau fantasma, de perto uma Nau abandonada, vista de dentro, uma Nau sem tripulantes a não ser pelo capitão sentado frente ao timão sem saber que curso tomar. Essa Nau fora uma grande desbravadora de mundos a beira das enseadas nas ilhas que ousou atracar

Conta a lenda que, em Maio de 23, um velho capitão tinha acabado de retornar de uma jornada quando recebeu do próprio Rei a incumbência de partir para os confins do sul. Nas velhas cantigas do além mar, esse mesmo capitão de olhar esmeralda navegaria a imensidão do pélago em busca desse tesouro, mas que, ao encontrar, sua alma sucumbiria a frieza dos beijos acalorados.

O capitão lembrando das varias histórias contadas por gerações não se acovardou, pois, ele era guerreiro por natureza, e, por assim ser, seu ópio de vida, era tentar. Aceitou de imediato o chamado, pedindo a seu imediato em voz alta e clara que, se encarrega-se de traçar a rota para o sul. Velas içadas, convés arrumado e abastecido com proventos para seis meses de navegação, tudo estava pronto para zarpar, até o Deus Eolo simpatizava com a aventura a seguir. Foram noites de conversas insanas com o próprio tempo, foram esperas insalubres segurando o timão, enquanto a tripulação desacreditada no achar, bebiam e cantarolavam noites por noites afins.

Numa tarde de Junho do mesmo ano, na noite de seu aniversário, ele ancora perto da enseada de uma terra inexplorada a seu existir, atracou a Nau, com um bote e cinco marujos, pisa então, nas areias sedosas daquela ilha sulista.

Na mente... Desejos.

No olhar... Um doce encantar.

No corpo... O primeiro encontro.

No ser... Cuidado desavisado.

Foram longos dias até Agosto de 23, sorrindo, passeando, e, pensando ter dominado todo território, desconhecido. Cada mata em seu círculo, cada deserto de sentimentos aflorados, cada aventura sabendo penas ser. Retorna então para a Nau com um ar vitorioso de quem venceu outro desafio, ou, diria conquista, mas, a vida lhe é traiçoeira, esta amiga do destino reservou um Adeus profano sobre a frase:

- Você não se encaixa neste universo.

Esta frase soou partindo das areias como brisa para o turbilhão nas velas, na volta, o mar ficou revoltoso, ondas castigavam o interior desta com pancadas extremas no corpo levando consigo seus tripulantes, furacões vieram em forna de lembranças boas atraindo seu curso para o naufrágio certo. Tempestades nascem das calmarias para voltar a se acalmar após o caos, antes de ser tragado pelo mar, o seu imediato disse:

- Não se abata diante de um fenômeno natural, na sua natureza, tempestades são apenas uma forna de mostrar sua força.

Ao terminar, uma onda arremessou-o nas águas turvas para nada restar. A tempestade passa, o Capitão que, antes se encontrava sentado frente ao timão, o pegou, e, com as poucas forças em seu ser, traçou a rota, o que encontrara em sua volta?

Ninguem sabe.

Só se sabe que, este homen de natureza aventureira, chora, se entristece, mas, ao sentir novos caminhos a percorrer, retoma a vida...

Texto: Da Descoberta, O Adeus...

Autor: Osvaldo Rocha Jr.

Data: 22/02/2024 às 06:16

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 22/02/2024
Código do texto: T8004493
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