A Navalha de Ockham: Princípio de Escolha entre Explicações Plausíveis na Scientia
A navalha de Ockham visa ser um critério de escolha entre duas explicações ou teorias igualmente plausíveis, isto é, que, a priori, julgam explicar satisfatoriamente o fenômeno. Não se trata de uma escolha aleatória ou de uma aposta, mas sim de um princípio grandemente usado na ciência, que se julga mais prudente, cético e certo. Contudo, não há nada nesse princípio que lhe dê validade lógica ou ontológica; é tão somente um princípio extrínseco e a posteriori. Assim, tal raciocínio indutivo de juízo de valor pretende ser um juízo de fato no momento em que essa ferramenta para uma escolha entre duas opções ou mais aparentemente igualmente plausíveis, extrínseca de toda e qualquer análise, dada a sua própria definição como ferramenta, pretende ser um princípio epistemológico, sendo tão somente pragmático. A depender do contexto em que é aplicado, dado também que está sobredeterminado ao referente, ou por outra, ao objeto de estudo, torna-se um raciocínio falibilista.
Em termos de scientia, é excessivamente esquemático, retirando do objeto as suas particularidades, as outras propriedades (ou predicados) julgadas irrelevantes e ignorando a contingência. Isso resulta, respectivamente, em uma explicação que não abrange a totalidade da questão, ou melhor, que fica muito aquém dela, e julga, dado o critério extrínseco, que não há erro metodológico, por não assumir (negar, extrinsecamente) aquilo que poderia vir a ser variáveis estranhas. Isso torna, por conseguinte, o "acerto" um erro sistemático e o "erro" um erro aleatório.