Encruzilhada XVII
Cá estou mais um ano correndo atrás dos meus sonhos
Amanhã será um novo dia
Mãe, eu vou tentar de novo…
Imagina, dessa vez dá tudo certo?
Não se pode depender naqueles de terno
Hoje é um belo dia para chorar
Obrigado a aqueles que me leem
Cês nem fazem noção do alívio que tive
E
Recebi ele de braços abertos
Teu abraço é sempre tão apertado
Olhares rosados…
Precisava de um único abraço de meus pais
Onde esqueçam que sou grande demais para chorar sozinho
Talvez eu procure um amor razo
Para esquecer que estou atualmente triste
O desespero de manter uma falsa esperança
Como perde-se em uma ilha e imaginar que o barco vai retornar
Teseu por favor troque as velas
Pois não quero ouvir do povo tudo que perdi…
Posso trazer o fim de minhas angústias
Consegui ver a calmaria no mar conturbado pelas tempestades
Tudo bem ser apenas um mero humano
Que tem um enorme medo de se afogar
Uma nova ficha para esse cassino da vida
Eu fui agraciado ao trabalho explorado
Posso preencher todo esse vazio
Com uma pequena casa que me ocupar comprando mobílias
Me enforco com gravata para garantir o alimento
Junto a cada contrato me entrego
E me pergunto sempre quando vou a sair
Para onde será que devo ir
Em tributo a aqueles poemas sepultados
Tive que deixar esse poema infinito
-Enquanto dure
Serei nem alegre nem triste, sou poeta
Eu consegui, finalmente posso descansar
Estava tão exausto de tentar e falhar
Que a vitória teve gosto de alívio
Eu calei aqueles gritos que abafava meu choro
Existem rosas e seus espinhos
E sempre aquele que não se importa em se ferir
Ele observa sempre os arranhões de sua mão
E estranhamente… sorri
Então eu cheguei tão longe?
Algo me diz para não olhar para trás
“É uma calmaria que me traz”
Esquecer o conceito daquele verso…
Das-man sempre foi rude
E ele sempre apagou meus poemas
Eu era perfeccionista demais
Acabei declarando um outro hiato
Sufocou-me por completo
Aquele maldito naufragio
Onde vi o anjo do mar e sereias
E apagaram aqueles meus gritos
Cansei de chorar
Cansei de relaxar
Tô exausto de falsos messias
Tô exausto de ver tanta heresia
Esses versos livres e feitos a mão
A tinta taxada pelo bolso do milhão
Finalmente estou neste acróstico
Vendo a luz daquele farol que me fez sair de casa