O Vento.

Não entendo a direção que este vento toma, é inconstante, é solitário, avança soprando sem nenhuma ordem, levantando as areias que a minha vida tenta inutilmente sentar.

Uiva pela fresta da minha janela, acordando a saudade em minha cama, espia, debruça, e, acoita a chuva em meu lençol, sem nenhum pudor, devasta o telhado que a minha vida inutilmente tenta construir.

Não entendo de verdade este vento, assanha o leito do mar, assola o deserto queimando minha alma, e, em sua brisa constante, ele vive à espreita da minha perfeita agonia...

Texto: O Vento.

Autor: Osvaldo Rocha Jr.

Data: 25/07/2005 às 21:58