A DOR SAGRADA DE CADA DIA NOS DAI HOJE
“Tendré mi olor mis dolores
cuando yo duerma destruído?”
“Terei meu cheiro e minhas dores
quando eu dormir destruído?”
(Pablo Neruda)
E ei-la, nest’hora (como em todas [as horas])... a dor!
Oh! A dor...
A sagrada dor
Por que não te louvam os mortais dest’exílio...
... estes qu’em tal grau amam e adoram somente... o gozo?
Sim, por quê?
Ai! Ai de nós se toda a vid'aqui de alegria então fosse!
Oh! E, com certeza os hedonistas estão a rir de mim... agora!
Como chegar até nós a luz que não seja através do escuro espaço?
Sim, pergunto-vos: como de nós se aproximaria?
Ao que igualmente a brisa trafega sem medo pela sombria mata!?
Enquanto nós, humanos, o escuro e as feras tememos... (quem sabe, à toa!)
A dor!
Alguém já se deu conta que somente os vivos a conhece?
Ou melhor: só os vivos "sentem"... dor
É verdade...
Só os que têm "alma viva" sabem o que é dor
Os mortos, ai! coitados!... não sentem nada
No deduzir que sentir dor é, na verdade, um grande privilégio
... que apenas os vivos conhecem?! (os "verdadeiramente" vivos)
Não há dúvida!
Os mortos!
Os “mortos-vivos” (aos quais me refiro)
Os pseudo-vivos (em verdade a que são)
Opostos dos "verdadeiros vivos" (em verdade e em espírito)
Do miocárdio a bombear no interior de seus tórax
Todavia, desconhecem o que seja um coração a bater
Cegos embora olhos possuam, porém não enxergam o que vivo seja
Surdos ainda que ouvidos tenham, mas não degustam a canção da vida
E por quê?
Simplesmente pela razão de qu’estão mortos (no prazo que a Vida ... a todos deu)
E, portanto, a dor certamente... de nada [sobr'ela] sabem (nem querem saber)
Ai! Quantos aqui se iludem em achar que vivos estejam
(Só por que respiram, comem, bebem, defecam e dormem...)
A trafegar apoiados neste tolo credo no tempo dest’exílio
A provar somente de saborosas iguarias
A s'entorpecerem de fugazes alegrias
Não! Não amam a dor (que tanto educa e instrui)
A achar que esta só calaria a amada (e por eles tão querida!) balbúrdia em suas almas
Mas, qu’estou eu a dizer agora?
Teriam, pois, os mortos... alma?
Não pelo que para mim defina "alma"
Mas, a verdade é que quase todos s’entopem de analgésicos
Como também se afogam na narcose d’uma vida hedônica e sem razão
Na intenção covarde justamente de querer fugir... da dor
(E também da vida, ou, sobretudo, dela!)
A dor!
Acaso alguém creria que Cristo recebeu uma injeção de morfina...
... enquanto crucificado s’encontrava?
Porventura alguém pensaria que padecimentos naquel'hora el'então não sentia?
Olhai para mim, ó dor sagrada e precisa, olhai para mim
E permita qu’eu vos olhe também, mas sempre sereno e calmo
E sempre... em paz
Enquanto eu passar “desta para ir, com certeza, para uma melhor”
Assim seja!
19 de fevereiro de 2024
IMAGENS PÚBLICAS, MAS SENDO TRABALHADAS COM PROGRAMAS DE EDIÇÃO
************************************
FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES
A DOR SAGRADA DE CADA DIA NOS DAI HOJE
“Tendré mi olor mis dolores
cuando yo duerma destruído?”
“Terei meu cheiro e minhas dores
quando eu dormir destruído?”
(Pablo Neruda)
E ei-la, nest’hora (como em todas [as horas])... a dor!
Oh! A dor...
A sagrada dor
Por que não te louvam os mortais dest’exílio...
... estes qu’em tal grau amam e adoram somente... o gozo?
Sim, por quê?
Ai! Ai de nós se toda a vid'aqui de alegria então fosse!
Oh! E, com certeza os hedonistas estão a rir de mim... agora!
Como chegar até nós a luz que não seja através do escuro espaço?
Sim, pergunto-vos: como de nós se aproximaria?
Ao que igualmente a brisa trafega sem medo pela sombria mata!?
Enquanto nós, humanos, o escuro e as feras tememos... (quem sabe, à toa!)
A dor!
Alguém já se deu conta que somente os vivos a conhece?
Ou melhor: só os vivos "sentem"... dor
É verdade...
Só os que têm "alma viva" sabem o que é dor
Os mortos, ai! coitados!... não sentem nada
No deduzir que sentir dor é, na verdade, um grande privilégio
... que apenas os vivos conhecem?! (os "verdadeiramente" vivos)
Não há dúvida!
Os mortos!
Os “mortos-vivos” (aos quais me refiro)
Os pseudo-vivos (em verdade a que são)
Opostos dos "verdadeiros vivos" (em verdade e em espírito)
Do miocárdio a bombear no interior de seus tórax
Todavia, desconhecem o que seja um coração a bater
Cegos embora olhos possuam, porém não enxergam o que vivo seja
Surdos ainda que ouvidos tenham, mas não degustam a canção da vida
E por quê?
Simplesmente pela razão de qu’estão mortos (no prazo que a Vida ... a todos deu)
E, portanto, a dor certamente... de nada [sobr'ela] sabem (nem querem saber)
Ai! Quantos aqui se iludem em achar que vivos estejam
(Só por que respiram, comem, bebem, defecam e dormem...)
A trafegar apoiados neste tolo credo no tempo dest’exílio
A provar somente de saborosas iguarias
A s'entorpecerem de fugazes alegrias
Não! Não amam a dor (que tanto educa e instrui)
A achar que esta só calaria a amada (e por eles tão querida!) balbúrdia em suas almas
Mas, qu’estou eu a dizer agora?
Teriam, pois, os mortos... alma?
Não pelo que para mim defina "alma"
Mas, a verdade é que quase todos s’entopem de analgésicos
Como também se afogam na narcose d’uma vida hedônica e sem razão
Na intenção covarde justamente de querer fugir... da dor
(E também da vida, ou, sobretudo, dela!)
A dor!
Acaso alguém creria que Cristo recebeu uma injeção de morfina...
... enquanto crucificado s’encontrava?
Porventura alguém pensaria que padecimentos naquel'hora el'então não sentia?
Olhai para mim, ó dor sagrada e precisa, olhai para mim
E permita qu’eu vos olhe também, mas sempre sereno e calmo
E sempre... em paz
Enquanto eu passar “desta para ir, com certeza, para uma melhor”
Assim seja!
19 de fevereiro de 2024