Viajante.
Viajante.
Viajo de um lado, para o outro, sem sentido, sem destino.
Viajo por essas estradas, entre paisagens verdes ou áridas.
Viajo nas estrofes, por cada uma das letras.
Viajo pelos sonhos, até mesmo, pelos meus piores pesadelos.
Viajo na fumaça, que sai pela boca.
Assisto a todos os quadros e todos os atos.
Admiro a beleza de ser e estar.
Divagando a cada passo, sobre ações que poderia tomar, sobre pessoas que eu poderia amar e odiar, sobre quem amei e perdi por alguns segundos, e, sobre aquelas que platonicamente, vão ser sempre amadas.
Sou o que sou, embora às vezes me confunda.
Sou parte de um todo, daquele quase nada.
Sou poeta, escritor e a mais pura ignorância.
Quisera poder te abraçar, talvez beijar-te, ou, simplesmente matar-te.
Pesa em mim as lembranças.
Pesa sobre minha cama, a consciência.
Pesa as vidas plenas e vazias.
Nestas mãos, pesa a pena.
Pesa o tempo não aproveitado, e, os que aproveitei sem nenhum legado.
Vago pelas memórias.
Vago pela luz e pelas sombras.
Vago, e por vagar, fui vão.
Olho para o horizonte e vejo apenas o mar.
Contemplei o sol e só sentir o ardor.
Afaguei a lua e o frio foi meu acalento.
Enfim...
Viajei, e quando pensei ter corrido o mundo, vi-me apenas parado, preso a uma vida sem escalas, sem portos, sem graça.
Texto: Viajante.
Autor: Osvaldo rocha Jr.
Data: 10/11/2015 às 06:48