Histeria
Pêndulo, objeto de hipnose. Em movimento, de um lado para outro, oscilando em torno de um ponto fixo. Cerrando lentamente os olhos ávidos, a boca seca. As mãos tensas abrindo-se em flor. O corpo inteiro, antes retorcido, derretendo na poltrona, os braços pendidos. As pernas levemente abertas.
Os homens brancos de terno e gravata e de intelecto fálico, denominaram histeria, o que levava aquelas mulheres ao colapso.
Eu denomino, fome não saciada, agonia do desejo não concretizado, memória ancestral de fogueira como punição, abandono visceral.
Através da fala, aprimoraram uma ciência que auxilia na cura da alma dilacerada. Enquanto um segredo de tempos imemoriais parece circundar por séculos, pairando no ar como uma magia amaldiçoada. Não é a palavra, é o silêncio que buscamos. É a escuta, que salva.