OPINAR É TAREFA FÁCIL. ARGUMENTAR É QUE É TAREFA DIFÍCIL!
Nós que somos professores — não por vocação ou missão, mas em ofício — construímos em nós os hábitos de ler, de estudar e de interpretar o mundo. Acredito, concordamos que não há outro caminho para se romper, paulatinamente, as barreiras da mente e do ser sem que haja leitura, estudo e interpretação constantes do mundo, para que seja possível a compreensão ética das realidades pluriculturais e das relações (conflitantes) humanas. Nesse cenário, todos somos ignorantes em algum nível e em determinados aspectos do saber sobre a vida em sociedade. No entanto, opinar sobre fatos na tentativa de contestá-los é improcedente, para não se dizer que é perda de tempo. Fato é fato! Em relação a fatos não se apresentam opiniões, mas se desenvolvem argumentos. Opinar é tarefa espontânea, portanto: tarefa fácil; argumentar é que é complexo, portanto: tarefa difícil. Assim como não se configura adequado debater sobre educação escolar ou sobre política pisando em solo dogmático ou religioso, também não é pertinente dialogar com alguém sobre um tema que esse alguém não se dispõe a ler ou a estudar para interpretar melhor o mundo. Todavia, cabe a cada um, bem instruído ou não, a disposição da escuta em favor das relações dialógicas, desde que haja troca respeitosa e turnos de conversação bem delimitados capazes de tornar o diálogo frutífero em sua colheita: o aprendizado.