A Paz do meu Quarto
"Aprendi a ser humilde e foi doloroso, por isso não suporto os shows de "sou o melhor" alheios.
Estou aprendendo, a cada dia, a fortalecer cada vez mais o meu amor por tudo que carrego no coração, até esse amar se tornar indestrutível, sublime e universal. E está sendo pesado, quase insuportável; por isso, detesto a efemeridade do "amor" dos outros por tudo que eles dizem "amar", uma vez que, na verdade, apenas usam... e depois jogam fora essa tal coisa quando ela não lhes rende mais lugar nos holofotes da vida.
Aprendi a deixar o orgulho de lado e admitir meus erros e, por isso, não tenho paciência pra gente teimosa que não admite que erra.
Já cheguei no fundo do poço de tanta dor. Lá não é um lugar muito bom de se estar, pois o tempo que você fica, você é consumido pela escuridão.
Já chorei as lágrimas da culpa, as lágrimas da dor, as lágrimas da raiva e as lágrimas da tristeza. As três primeiras ardem. A última consola.
Me descobri uma pessoa descrente, até cética. Sempre que me deparo com alguma verdade absoluta, eu me questiono, e fico pensando em um mundo de coisas até finalmente descobrir que eu só sei que nada sei.
Me descobri uma pessoa negativista, que só espera mais e mais notícias ruins.
Tô cansada de contemplar o mundo e ter que interagir com seu caos.
No final, tudo o que eu mais quero mesmo é a paz do meu quarto."
(Gênnifer Gonçalves)
(2016)