Há de ser
Há de ser, nem que seja em um futuro longínquo, em outra dimensão. Há de ser forte, sereno e amoroso, esse encontro. Mesmo que leve mil anos atravessando portais, esse amor aqui dentro, poderoso o suficiente para criar uma nova galáxia e fundir estrelas nos seus cabelos.
Há de ser divino e humano. E por isso mesmo perigoso. Mas somos atentos. Atentos ao que nos cerca nessa Era de dores absolutas, de adoecimento mental, de almas dilaceradas. Não é só isso, não pode ser só isso. E assim, nos conectamos a uma fé para além da vida. Transformando a morte em renascimento.
Há algo ancestral e felino a nos rondar nas madrugadas frias. E nos espreitamos em silêncio mata adentro, verde escuro, antes da aurora. Antes dessa luz que chega revelando tudo. Que ela nos encontre límpidos, limpos, puros.