Você I.
Você I.
Você é como o mar,
numa inquietude de movimentos simultâneos,
que vem como ondas de encontro aos recifes,
machucando-se por dentro,
no horizonte, o mais belo olhar,
a melhor pousada são seus braços,
onde eu descanso meus medos mais profundos,
naufrago nessa imensidão de carinhos,
de onde não desejo me salvar.
Como o sol que aquece meu corpo,
seu calor me inflama de sentimentos,
a claridade do seu sorriso,
confundem-se ao meu olhar,
que desesperado acender as suas vontades,
busco a sombra para escapar do queimor dos seus toques,
mas, desejo o calor na sua ausência,
não há água que mate a sede de toma-la em meus beijos,
desidratado de saudades, mergulho fundo nos pensamentos.
Como um raio, vem cortando a noite,
vai rasgando a solidão como um todo,
sem vestígios, ou marcas,
jogando fora toda e qualquer dor existente,
seria chuva, as lagrimas que caem do seu rosto,
ou, simplesmente lembrança magoa passadas,
essa tormenta que atravessa seus pensamentos,
força-lhe a desacreditar em tudo e todos,
tempestuando os seus dias.
Não queria ver a morte ao lado da sua vida,
nem dor no momento de sorriso,
não desacredite nos sentimentos,
pois, quando o perdemos, perdemos também a razão de existir,
nem sempre nos mas belos campos nascem flores,
mas, já vi sementes brotarem em meio ao deserto.
Você é o mais completo elemento da natureza,
uma flor nascida no deserto da minha solidão,
cujo perfume tornou-se meu ar,
sinto-me criança em seu colo,
um homem nos seus braços,
enfim, é a razão pela qual Deus criou o universo,
e, nesse ponto do infinito,
és a minha maior razão de existir.
Texto: Você I.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 07/09/2001 às 23:33