Livro não escrito.

Estou certa que há um livro dentro de mim.

Me arrisco em dizer que tenho dois.

Tantos pensamentos interrompidos pela vida mundana; tantas citações cheias de sabedoria não anotadas; tanto sentimento afogado em horas de rede social.

E lá se vai o que era eu. Era, não sou mais, pois não escrevi, logo me esqueci.

Mas aos poucos me reescrevo.

Quem sabe um dia eu me publique para que eu possa me ler. Rir das histórias que escrevi chorando. Chorar com as histórias felizes. Sentir vergonha das que escrevi com orgulho. Me orgulhar das mal escritas.

Afinal não é isso o que um escritor faz? Encontra no papel alguém para o ouvir sem que o olhe nos olhos.

É o que ando precisando, falar, ouvir, calar.