A Força interior
Passado todo o bloqueio e a parte que irritamos a Musas, começo a refletir sobre “o que nos faz continuar?”
Quase que como uma regra o artista tem em igual proporção a habilidade de se perder e se encontrar constantemente. Uma montanha russa de altos e baixos em suas obras.
Não quer dizer que não há artistas que se mantém em uma constante, mas pensem nisso como um treinamento, todo herói tem o seu treinamento e é dele que o torna mais estável com o tempo. Se você ver um anime, um filme de luta, um mito grego, todos eles passam por esse treinamento.
Dentro desse treinamento é que há os altos e baixos. A grande questão é que a maioria das analogias feitas hoje são treinamentos físicos ou excruciantes como tocar uma bateria sem parar em Whiplash, ou chegar ao limite físico em um filme de esporte, ou escrever durante horas em filmes de artistas. Enfim, todos iguais.
Contudo, o que não é mostrado ali é toda mudança psicológica que é feita durante todo este treinamento. A técnica sim é importante, porém mais importante que isto é se tornar estável psicologicamente para se ter uma maior força interior.
O artista por vezes se perde e se encontra porque não tem certeza daquilo e aquela forma mental toma conta dos seus pensamentos “Será que vale a pena?” “E se não der certo?” “Parece que nada vai pra frente.”
Ele transita entre essa fases diversas vezes nesse processo, em um dia, um mês, um ano, dez anos, uma vida. O que é no micro também é no macro e vice versa.
A diferença entre o artista que decide que está tudo bem transitar entre essas fases e o que não sabe o que faz quando se perde é justamente a força interior. A vontade de continuar, o discernimento de saber que se ele não fizer aquilo, sua vida não estará completa, sua missão não foi concluída. Por isso ele prefere tentar e não desistir e mesmo quando a Musa o abandona, ele entende que precisa encontrá-la novamente.