Saudades da minha infância
Falando em saudade, saudade da minha infância, de quando eu era criança, jogava bola e soltava pipa, não tinha menino e menina, éramos apenas crianças, éramos felizes, sujos rasgados e descalços, ninguém ria do gordo, não sabíamos quem era o filho do rico e nem do pobre, éramos apenas crianças!
Saudades da minha infância, a brincadeira de casinha, comidinha era de verdade, uma mãe deixava uma filha levar as panelas, a outra o tempero, outra o arroz e feijão e assim por diante, era feito a lenha e tijolos e tudo com muito zelo e muito gosto, ai que saudade da infância, se alguém falasse algo que me ofendia, meu irmão defendia, dizia que com a irmã não mexe, e sobrava tapa para quem quisesse!
Aí que grande saudades da minha infância onde minha maior doença foi o piolho, toda descabela ia para a escola com remela no olho, saudades de tudo que eu vivi, éramos crianças nada do que hoje tem por aqui!
Aí a saudades da minha infância, tudo se passou e num passe de mágica acabou, perder o chinelo na chuva, apertar a campainha e sair correndo, roubar mexerica na galha que saia na rua fora do muro, as vezes o fruto nem estava maduro!
Saudades da minha infância, quando nossa maior ameaça era ouvir a mãe dizer… se eu for aí e achar você vai apanhar, ou se você andar no meio da rua e o carro te pegar eu te “mato”, como se vc fosse sair vivo dessa, rsrsrs.
Saudades do que não irão ter os nossos pequenos, liberdade tirada, em todos os sentidos, hoje eles mal podem andar nas ruas, o vizinho não é confiável, o tio é um homem suspeito, o professor, pastor, a babá e todos vão perdendo a admiração, no fim só nos restou o cão!
Poetisa: Berenice Rodrigues!