O estoicismo virou papo de coaching

O estoicismo virou uma ferramenta dos coachings modernos que só querem likes. Os filósofos estavam preocupados com virtudes, a alma, o espírito, propósitos, paz interior, não escreveram nada para fins tão egoístas e materialistas como o enriquecimento financeiro.

Desvirtuam o estoicismo, e mais, o superestimam para além do valor que ele realmente tem, que é um bom valor, porém ele deixa algumas lacunas. Nem sempre é fácil ter certeza do que se pode ou não controlar. Por vezes nos enganamos achando que não podemos controlar algo e podemos, ou que podemos controlar algo, mas não podemos. Muitas vezes é fácil delimitar ou enxergar, separar, uma coisa da outra, mas existem situações específicas que são mais difíceis de fazer tal julgamento. As vezes tal julgamento já é um desejo equivocado de controle de nossa própria mente. O estoicismo prega uma vida de convívio com o vazio sem paixões, o que é muito complexo e difícil na prática. Por certo tempo conseguimos encarar o vazio e não fugir dele, mas mesmo encarando o vazio, ele nos deprime ou nos mantém deprimidos e acabamos buscando paixões. O homem precisa de uma paixão, algo que dê significado a sua vida, e acaba as vezes pagando por essa busca, por se entregar a uma paixão, a sua própria loucura, como sofrer ou morrer por um propósito. Fazendo algo ou não fazendo nada o sofrimento existe e está impregnado no ser humano, o tédio, a dor, a tristeza, melancolia, o vazio.

Samuel Perim Sena
Enviado por Samuel Perim Sena em 31/01/2024
Reeditado em 31/01/2024
Código do texto: T7989324
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