Cristianismo foi asco e fastio da vida na vida
Apenas se disfarçava, apenas se ocultava, apenas se enfeitava sob a crença em ‘outra’ ou ‘melhor’ vida”(niilismo). Esta vontade de declínio, este olhar antiestético, toda a constelação de preceitos morais com os quais o cristianismo se estabeleceu revelam um que de ódio ao mundo, maldição dos afetos, medo à beleza e à sensualidade.
A crença em verdades metafísicas sustentou as diversas concepções morais, sobretudo a partir da tradição socráticoplatônica. Tal fundamento aprisionou o homem em verdades eternas e imutáveis, vedando o caminho para novas possibilidades de interpretação da vida, bem como o acesso a percepções inovadoras no que diz respeito à compreensão do inteiro fato humano.
NIETZSCHE, Frederich. Crepúsculo dos ídolos, ou, como se filosofa com o martelo; tradução, notas e posfácio Paulo César de Souza – São Paulo: Companhia das Letras, 2006.