Ao juiz rimador

"Sentença-poema: Juiz baiano fixa em versos destino de sanfona apreendida."

(Migalhas, 26 de março de 2018)

Dizem que a Justiça é cega

E o nobre juiz Teomar

Essa tendência não nega

Insistindo em rimar.

O doutor nas cores carrega

E esforça-se em usar

Boa rima, mas escorrega

De forma peculiar.

Como um bom magistrado

Faz aplicação da lei

De modo muito acertado.

Na Poesia, porém

Tende a ser rebuscado

Com versos que vão além

Do sentido procurado.

A sentença em questão

Que é também um poema

Gera um grave problema

Carente de solução.

Pois se é cega a Justiça

Poesia enxerga bem

Boa visão ela tem

Nem um pouco enfermiça.

Afirmando ser poeta

O doutor se contradiz

Não sendo muito feliz

No tema que locupleta.

Teomar, meu caro amigo

Não fique bravo comigo

E nem sequer infeliz:

É possível ser bom juiz

Sendo entanto mau poeta.

Damnus Vobiscum
Enviado por Damnus Vobiscum em 30/01/2024
Código do texto: T7988150
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.