MIL VERSÕES

Já não sou a mesma de antes e também não gostaria de ser.

A cada minuto que passa me renovo em pensamentos, sentimentos e emoções.

Representar o mesmo retrato borrado de outrora não me satisfaz eu busco o futuro e todas as versões que poderei assumir.

Por vezes me fito no espelho e vejo ainda os mesmos olhos infantis, puros e ingênuos que ainda não conheciam a guerra e o terror , minha face e minha alma trazem marcas terrestres das dores que venci e dos obstáculos que ultrapassei não sem antes me ferir.

Todas as manhas troco de roupa e assumo uma nova personalidade, tomo meu café da manhã e leio as notícias de ontem, um paradoxo de tempo onde me perco e ao mesmo tempo me encontro.

Sou um mapa de linhas tortas do destino e rabiscos de planos que não vingaram.

Uns me nomeiam poeta outros me descrevem como louca. Sou a mistura pacífica entre a ternura e a insanidade. Minha alma louca rodopiando nos extremos da vida.

Todos os dias me conserto, remendo pedaços e decolo peças que não encaixam mais.

Me permito ser livre pra pensar, viver e amar sem o peso do julgamento alheio.

Sou um rascunho do passado e um emblema da esperança.

Sou incompatível com a normalidade, que me assusta, me retém e paralisa. Sou uma bailarina dançando em desequilíbrio na corda bamba da vida .

São mil versões de mim mesma apenas tentando sobreviver.

Josih Romano
Enviado por Josih Romano em 28/01/2024
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