QUASE FOMOS DOIS
Os dias que te sucederam me causaram uma dor que dilacera até a alma mais fria e inacessível daquele que nunca conheceu o amor.
Outro dia me peguei relembrando que quase fomos dois e isso me apertou o peito.
O que é que não foi entendido nas entrelinhas do meu olhar?
Qual a dor que a minha presença te faz relembrar?
Ou será que não fui clara o suficiente para dizer-te o quanto o amo?
Talvez as coisas de fora te fizeram repensar mas, questiono-te: até que ponto a voz do mundo pode devorar o anseio dos corações que se querem? (E será que tu queres?)
Triste pensar que desconheces tamanho apreço vindo de minha parte, que não compreendes tamanha impaciência da minha curta existência, que obscuro é o fato de que respiro para te encontrar novamente.
Ando nas ruas em busca da tua perceptível presença, aquela que, até tu mesmo duvidas.
Dizem que a dor do louco é a sede, e arrisco dizer que posso me encaixar nessa máxima, porquê minh 'alma tem sede da tua presença, meu coração tem sede do teu amor, o meu olhar tem sede do teu profundo olhar que a cada lembrança, me convida a te esperar um pouco mais.
Será que devo?
Quanto tempo ainda vais demorar?
Meu caro, a dor da espera dilacera e o meu coração, anseia pelo dia do teu retorno.