PRECE

Os últimos dias se caracterizaram pelas preces incansáveis e doídas, que qualquer pessoa se compadeceria se tivesse a mínima disposição de ouvir.

Quando será que serei atendida?

Dói saber da incerteza do ter ou, mais provável, do não ter.

Enquanto caminho pelas estradas do que é incerto, fazer a minha parte já não é mais tão animador. Já não me parece o suficiente para te ter por perto.

Difícil pensar que todas as coisas, me lembram as horas de vida do teu nascimento.

Difícil pensar que a imensidão do céu azul, me leva à profundidade do teu ser, pela porta do teu olhar.

Difícil pensar que o sol que aparece no início dessas manhãs, me recordam o calor da tua presença que nem sequer conheço.

Difícil pensar que o vento que corre os nossos dias, me remonta aos momentos fúlgidos em que pude te observar.

É difícil pensar que viver consiste em ter em mim, uma parte de ti.

É... somente uma prece! Daquelas que as almas compadecidas atenderiam.

Quem me dera, ter uma chance sequer.

Enquanto isso, pertenço ao silêncio que grita todos os dias, para resumir numa prece um único pedido: o de te encontrar!

06/01/2024 - 18h42