Sonhos, Desilusões e Descobertas: A Saga de um Coração Solitário
No dia seguinte, acordo e respiro aliviado. Sinto-me estranhamente melhor. Lembro-me de que vou vê-lo. Levanto-me, tomo banho, escovo os dentes e visto a melhor roupa que tenho. Chego à missa, e lá está ele. Ainda que distante, consigo ver seu sorriso. Tantas memórias passam pela minha cabeça. Nunca imaginei que me apaixonaria por um padre. Das histórias mais surreais que já vivi, ninguém jamais soube quem era meu amado. Após a missa, procuro por ele. Não me dedica muita atenção, mas seu abraço ficou marcado em minha mente o dia todo. Em milésimos de segundos, você preencheu todos os buracos vazios da minha cabeça. Há tempos não sentia um abraço tão terno.
Não te amo como amei, deixei nossa história como pendente. Em outros momentos, teremos a oportunidade de viver novas histórias, mas agora resta um sentimento fraterno, a oportunidade de vê-lo e abraçá-lo. No entanto, neste momento, preciso sair da cama. Foi um sonho, a parte boa de um sonho. Chega de enrolação. É hora de encarar a vida com a cabeça erguida e aceitar que estou... sozinho... sozinho... sozinho... Qual é o problema de ficar sozinho mesmo? Não ligo. Não ligo mesmo. Como posso querer algo com um padre? Eu sou um garoto normal demais. Uma coisa que me incomoda é sempre me apaixonar pelas pessoas erradas. Quando terei a pessoa certa? Não sei. Como aquela vez que cismei que estava me apaixonando por ele, que loucura, e o amei tanto... tanto... mas tanto... que meu coração doía. Senti a dor de uma veia dilacerando de tanto amor que senti. Afinal, todos os meus três amores foram assim.
Eu preciso não precisar de nada. É isso, só isso. Estou passando todo esse tempo procurando nos outros aquilo que deveria ter em mim mesmo: um porto seguro. Eu deveria ser meu porto seguro. Se eu me importasse comigo mesmo, não faria questão de ter sido deixado por todos eles. Afinal, eles não têm obrigação de suprir os buracos vazios da minha cabeça. Que loucura... loucura. Bem, é isso.