Ruinas
Eu me sinto morrer um pouco a cada dia
O andar já não é mais o mesmo
Não tem a mesma rapidez de antes
As mãos tremem as vezes
Já não é a mesma firmeza de antes
Pra enxergar então
Sem óculos
Impossível
Já não consigo mais
Achar o buraco da agulha
Não posso mais com o vento
Brisa fresca então
Já vem resfriado
Sempre que dá
Descanso da canseira
Do nada
Ainda ontem
Deitei um pouco
É nada é mais como antes
Escada
Peso
Pressa
Que agonia
Tudo é tão mais demorado
Eu me sinto morrer um pouco a cada dia
Vai-se os anéis e ficam os dedos
É assim que dizem, não é?
Ou neste caso o contrário?
No me importo com o que se sucumbi fisicamente
Contanto que os demais não se tornem ruínas
Mas como evitar?
Como não ver que estas marcas me desgastam?
Me destroem um pouco mais a cada dia
Em cada falta
Em cada ausência
De esperança e fé