Ruinas

Eu me sinto morrer um pouco a cada dia

O andar já não é mais o mesmo

Não tem a mesma rapidez de antes

As mãos tremem as vezes

Já não é a mesma firmeza de antes

Pra enxergar então

Sem óculos

Impossível

Já não consigo mais

Achar o buraco da agulha

Não posso mais com o vento

Brisa fresca então

Já vem resfriado

Sempre que dá

Descanso da canseira

Do nada

Ainda ontem

Deitei um pouco

É nada é mais como antes

Escada

Peso

Pressa

Que agonia

Tudo é tão mais demorado

Eu me sinto morrer um pouco a cada dia

Vai-se os anéis e ficam os dedos

É assim que dizem, não é?

Ou neste caso o contrário?

No me importo com o que se sucumbi fisicamente

Contanto que os demais não se tornem ruínas

Mas como evitar?

Como não ver que estas marcas me desgastam?

Me destroem um pouco mais a cada dia

Em cada falta

Em cada ausência

De esperança e fé

Jefferson da Silva
Enviado por Jefferson da Silva em 18/01/2024
Reeditado em 18/01/2024
Código do texto: T7979274
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