A crise da nossa finitude
Fizeram do tempo o grande controlador do amanhã, endossado pelos avanços biomédicos e indústria farmacêutica na ilusão da eterna juventude, tentando conter a angústia da incerteza. A morte deve representar à vida uma possibilidade de tomada de consciência de nosso processo existencial.
A palavra de ordem é controle: sobre a vida, sobre as nossas características fenotípicas, sobre as doenças, a beleza, as reações emocionais, enfim. Percebe-se o quão frágil está o ser humano diante das próprias dúvidas e vazios. A morte passa a atuar no antifluxo da vida e não como um processo natural da mesma. A morte, ironicamente, tornou-se apartada, adversária da vida.