Vamos ser honestos intelectualmente
Ultimamente, muitas das pessoas mais religiosas e conservadoras têm dito que hoje em dia "é homem com homem e mulher com mulher" e que isso é sinal do fim dos tempos. Alguns, como a atriz Cássia Kiss, chegam a dizer que é por isso que não estão "nascendo mais crianças." Ainda podemos falar de quem fala de ideologia de gênero ou de besteiras como o kit gay, como se se pudesse ensinar alguém a ser homo, bi, hetero ou transexual.
Vamos ser honestos intelectualmente. Se você desaprova coisas como a homossexualidade, bissexualidade ou transexualidade, se julga isso um pecado ou coisa do Inimigo você está no seu direito. Porém, o que não podemos é achar que essas coisas são modismo ou sinais do fim dos tempos porque isso sempre existiu. Quem leu a Bíblia com certeza conhece a história de Sodoma e como os cidadãos queriam ter relações com os anjos. Aliás, vale lembrar que antes, ao se referir a um homossexual, usava-se o termo sodomita. A Bíblia também menciona que a lei mosaica desaprovava relações homossexuais. O que isso prova? Que orientações sexuais diversas da heterossexualidade sempre existiram. O que há de diferente nesses tempos é que mais pessoas se assumem e lutam por seus direitos. Antes, poucos saíam do armário.
Também não podemos acreditar em conversas tipo as de ideologia de gênero ou do kit gay. Muito antes de se falar em ideologia de gênero nós tínhamos Jorge Lafond, Ney Matogrosso, Rogéria e Roberta Close. Há um bom tempo existem travestis, transformistas e drag queens.
A transexualidade não é um fenômeno recente e ninguém é homo, bi ou trans porque quer. A pessoa simplesmente se descobre assim e não é fácil ser uma mulher no corpo de um homem ou vice-versa. A pessoa não escolhe ser o que é.
Outra tolice é culpar os homossexuais pela queda nas taxas de natalidade. Esse é um problema que tem ocorrido há um bom tempo em países da Europa e em outros como China e Japão e se deve a inúmeros fatores, nada tendo a ver com a existência de homossexuais. Ainda mais que devemos considerar que há homossexuais que levam vida dupla, casam e têm filhos.
Portanto, encaremos a realidade. Quem não gosta da comunidade LGBTQIA+ está no seu direito de não gostar no entanto não se pode ter e (principalmente) espalhar ideias preconceituosas sobre quem pertence à comunidade.