Servil com muito orgulho
Não basta ser adepto da servidão, adicionalmente tem-se que orgulhar de viver nesse estado deplorável.
A servidão vai além do deixar para o Estado o julgamento de que somos potencialmente perigosos e até onde ele pode permitir que possamos possuir e usar armas de fogo.
O Estado tem também o sagrado papel de:
- nos orientar sobre quais informações circulam na internet são confiáveis e quais são feiquinius;
- tomar conta de nossos celulares;
- nos dizer qual é a bandeira que devemos admirar mais, a verde e amarela com uma bola e umas estrelinhas e umas letrinhas no centro ou umas vermelhas com escritos "PT", “CUT”, “MST” ou com uma foice e um martelo;
- fundar clubes de livros e nos dizer que temos que tomar gosto pela leitura;
- distribuir livros “de graça” e nos dizer - Meu garotinho, por favor não vá usar esses livros apenas para escorar portas, leia-os, está bem?
- nos dizer quantos aparelhos de TV devemos ter;
- nos dizer o tamanho ideal de nossas casas;
- decidir se vamos ter passagens de avião por 200 Reais (mais barato do que passagens de ônibus), porque por mais do que isso nós os miseráveis não temos condição de pagar, mesmo que seja só uma vez por ano;
- nos dizer se esse ano vamos comer carne ou ovos;
- nos dizer se devemos beber guaraná Dolly, Coca Cola ou cervejinha;
- dizer se vamos poder fazer churrascos;
- nos convencer que assistir “shows” da Claudia Raia é adquirir cultura.
“Ainda bem que temos o papai Estado, porque senão o que seria de nós?”