O ÚLTIMO POEMA

Hoje, resolvi escrever o meu último poema. Não sou, na verdade, um grande escritor. Apenas, escolho bem as palavras. E isso, naturalmente, é diferente de transformar... - Entre esse aspirar/querer, revisito Bachelard: "A palavra fala".

A morte literária não precisa ser virtuosa: um tratado póstero para que eu venha a findar com honra. Pois, a vaidade faria da minha inabilidade, tolerância. E, é melhor admitir logo uma natureza de inspiração modesta, que prolongar o sofrimento com esperança. ...Que o último suspiro seja como uma simples carta de adeus.

Viver se enganando é a pior das ilusões. Mas, o meu maior erro não foi ter acreditado nas minhas escolhas, porém fazer delas a única precisão. Deixo para trás o que tomei nota cujo roteiro me oferece de consolo o céu dos passarinhos. Mas, até que tudo se baste em si, sempre haverá recomeços dentro de mim.

Misael Nobrega
Enviado por Misael Nobrega em 03/01/2024
Reeditado em 21/10/2024
Código do texto: T7968209
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