In"versão" da Solidão
Não, não concebo como solidão. Meus melhores momentos, são aqueles sem ninguém por perto, é como se ao olhar tudo, sentisse uma conexão muito profunda com alguma coisa dentro. Não é possível, explicar. Esse tipo de sensação, só sabe quem sente, só irá saber do que estou falando, quem sentir. Muitas vezes, no entanto, podem ser alguns momentos perturbadores, também. Sobretudo penso, geralmente às pessoas sucumbem ao sofrimento. Até isso, me acostumei a sentir sozinha. Em tudo, eu amo esse "estar só", que nunca é solitário. Pois, o solitário transita em meio a multidões. Nos maus momentos, sentindo a ansiedade alarmando, a melancolia. Nos bons momentos, me sentindo mais do que maravilhada, em um estado que poderia denominar que literalmente, estaria olhando cada elemento das coisas, com o olhar de uma criança. No geral, é assim que olho tudo, em verdade, minha energia é essa, a casca dura da vida, vem para alguma proteção. E mesmo assim, sou vulnerável, perante diversas questões, mas não em relação a dor, pois a inadequação que sinto, é muito grande, porque sempre me pego olhando para meu próprio corpo, a própria realidade, e tantas vezes me vejo como se estivesse em alguma simulação, porém sou acostumada a autoreflexão, a escavar o mais dolorido. Entretanto, sempre essa alegria, porque a vida adulta não me tirou a espontaneidade. Sou notoriamente diferente, assim percebem, mas nunca como eu, nunca na minha versão.