O dia de férias
Acordo vejo o teto, pela luz fraca e amarelada do abajur, o som do ventilador roncando baixinho, talvez um tanto tímido em me acordar tão cedo. Mas já era hora penso, devo estar atrasada. Ainda sonolenta eu sigo meu campo de visão, e tem suportes de microfones, um pequeno sofá com diversas roupas espalhadas e pequenos equipamentos como fios, carregadores, fones, talvez um Tablet, me peguei, dizendo mentalmente, "preciso arrumar o studio." Um puxão do lençol me chama a atenção para o lado oposto, e quando viro-me, encontro o sossego que desde a hora que despertei não tinha, dormindo tranquilo como uma criança, o semblante despreocupado quase me sorria, o cabelo bagunçado ou o rosto amassado não estragaram a cena ao contrário, faziam dela mais legítima e linda, o corpo desnudo sob a luz amarela do abajur, e por um instante, dentro de minha cabeça houve silêncio, houve calma, com lentidão estendi meus dedos apenas para alcançar-lhe o semblante dorminhoco, e ao toque ter a certeza de que era ele real, cheguei a pensar que valeria a pena me atrasar para ficar ali mais alguns minutos, até que em um lapso de memória, me recordo que dia 23 de dezembro, no caso hoje, seria o meu primeiro dia de férias, o primeiro dia de férias é hoje, por hoje, sem correria, sem atrasos, sem pressa, decido então abraçar o corpo em minha frente, e respirar fundo no cheiro de shampoo e roupa limpa e esquecer o passar do tempo que corre para os outros do lado de fora.