Algumas considerações sobre a minha filosofia _ 11
Que coisa de extrema importância é a assunção de uma concepção ante o abismo do desconhecido. Uma aproximação por verossimilhança entre o abismo nietzscheano e o horizonte da ignorância socrática. Digo, ao saber que em todas as coisas reside uma terceira pessoa a narrar todos os acontecimentos é uma confirmação de que a nossa razão se dar ou é uma instância transcendente a pura matéria orgânica-mecânica ou o devir regido por uma lógica utilitária e naturalista, isto é, o que convém é o útil ou o agradável para a nossa espécie ou para o todo. Sendo assim, a substância pensante (res cogitans) é o ser a pôr-se nas palavras que fazem-se "além-fenômeno", pois está a descrever a interação que há entre e nas coisas para além do que se faz visto ou quando o ser (as essências) se revela, o desvelamento do "ser-aí". O ser se dá com as coisas, ou melhor, com os fatos (os acontecimentos, 'o que é' dado, incluso o aspecto da contingência). Posto isto, para o compreender melhor faz-se necessário a experiência. Eis o aspecto do empirismo.
Assim sendo, o nosso conatus ou a nossa causa final é tão somente lapidar a nossa razão com as coisas que nos instrui e nos encaminha as virtudes, que é prática e um ponto entre dois extremos. Dito isso, a nossa ratio é uma instância existente por uma substância metafísica e que é alimentada _ como fogo _ por elementos materiais, externos e distintos (não em essência, dado que tudo deriva do todo-possível e se “conforma” conforme a sua intenção) a ela. Assim, essa antítese, a priori, é aparente, dada pela propensão a uma representação falaciosa ou ilusória por causa dos nossos órgãos dos sentidos e nossa razão mal direcionada no mundo sensível. Trata-se, portanto, de uma dicotomia que deve ser superada por necessitarmos fundamentar a justiça e o belo em um princípio (instância, lei universal) ou de tal forma que haja um princípio moral universal para a nossa ética.
De outra forma, ser é estando, isto é, para estar pressupõe-se ser e ser pressupõe a existência do ser, a causa eficiente. Mas a contraposição não é válida, ou seja, ser não pressupõe estar. O aspecto ontológico onde para ser pressupõe-se estar dar-se no mundo imanente, pois a abertura para o mundo se dar por causa da temporalidade e espacialidade. Então, neste sentido, a constante mutabilidade de Heráclito não pressupõe a existência do não-ser e a não existência do ser. Ou a asserção positiva do não ser não implica a asserção negativa do ser, pois não há uma relação assimétrica entre as duas coisas, muito menos de equivalência. Dito isso, o princípio de identidade que se dar pelo CMP conjuntamente com a substância (ou sua intenção) é algo inferido pela lógica, seja pelo raciocínio dedutivo, indutivo ou abdutivo e formalmente haverá sempre um “significante”, que é um dos muitos indícios que há o significante, haja vista, que o CMP em conjunção com o N-I é definido como o campo.