Tantas vezes
Sou tantas vezes um verso triste,
Uma triste ilusão, de quem anda na contramão de tudo.
Meu olhar carrega tanta desesperança, tanta dor, por trás de muitos sorrisos dados, há uma dor que maltrata, que dilacera, que mata-me todos os dias pouquinho e eterniza meus vazios.
Nunca fui agraciada com os verdadeiros amores, sempre vagando às margens dos risos de alguém, desejando por dentro ser feliz também.
Nunca houve espaço pra mim, por isso vivo a vagar pela escuridão, para que meu rosto marcado por tantas lágrimas, não seja exposto as claras.
Sou a sobra de falsos amores, recebi migalhas por todo meu caminho, algumas comi pra matar a vontade, a fome, a necessidade, outras deixei por esse mesmo caminho, que a muito tempo tenho percorrido, deixando um pouco de mim em cada parada em que tento fazer morada...procurando calor, procurando abrigo para esse meu coração que se tornou sombrio, gelado e vazio em meio a tanta dor.
Por vezes sou sufocada pelas minhas próprias palavras, tão cheia de nada, tão vazia de tudo...prossigo em minha triste jornada, solitária, cansada, camuflada sob o véu da satisfação.
Se fosse possível eu retornaria ao passado, talvez trouxesse de volta algo de volta na esperança de amenizar a dor do amor poético que construí pra mim.
E sigo à deriva de minha alma tão grande, que faz o solo que pisa tremer, e tão pequena, que aflita, faz o coração gelado gemer.