Ano novo?
Não façamos o mundo girar em torno dos nossos desejos e anseios. A realidade é o que é. Sofremos porque inventamos um milhão de desculpas para mantermos os olhos fechados para os fatos. Vendo, não cremos!
Mas do outro exigimos, violentamente, a verdade.
Que nos esforcemos todos os dias para não cedermos ao desejo de em tudo ver o nosso reflexo. Se assim fosse, tudo estaria triste, infeliz, solitário, violento, ingrato, em guerra...
Quem nos tornamos em 2023 é motivo de aplausos ou de vaias? Quem é a plateia?
Quem fomos, dia após dia, para apontarmos o dedo para o próximo? Santos? Imaculados?
Nós sabemos quando estamos errando, pois incomoda, nos tira o sono: é naquilo que pensamos à noite. Não conseguimos dormir! O remédio para a nossa insônia é a consciência limpa, é encostar a cabeça no travesseiro e não remoer pensamentos sobre o que se fez de errado (sabendo!). Isso não se vende na farmácia, não colocamos em comprimidos e não há doçura de xarope que disfarce seu gosto amargo.
Sofremos porque ainda não fomos produzidos em massa, com todos os nossos defeitos!
Tentamos corrigir em nós aquilo que vemos de falho no outro?
Quem está preparado para ver a si mesmo em tudo o que existe?