UM COMUNISTA NA SUPREMA CORTE

Um homem, quase chorando, afirma orgulhosamente ter colocado na suprema corte um comunista. Diante de câmeras e com os aplausos de uma platéia aparentemente feliz esse homem é ovacionado. Eu vejo nos olhos dele lágrimas tão profundas, mas que teimam em não querer verter, é como se não fosse a hora para serem derramadas e que ali presente existiam pessoas que mostravam um certo receio por esse acontecimento sem o minimo anseio dos demais brasileiros de bem e comprometidos com a lealdade a Nação.

Enquanto isso outros olhos pertencentes a homens de brio também manifestavam um sentimento muito mais profundo, um sentimento de revolta e preocupação com os destinos do País. Esses homens vestiam verde oliva e aparentavam uma inquietação com os rumos que poderiam tomar se para isso fossem convocados. Essas lágrimas realmente eram sinceras e alertavam para que essa incompetência fosse sanada e que o Brasil não merecia isso.

As cores vermelha e verde oliva estavam em um confronto invisível e preocupante, molhavam simbolicamente fardas que não mereciam ser manchadas, homens que foram treinados com muito orgulho para defenderem um povo que ajudava a Nação com seu suor e sua determinação. Lágrimas diferentes e silenciosas, choros quase convulsivos que levam um imenso território de paz para um caminho sem volta. É uma luta que está tendo início e que ninguém sabe se haverá justiça para o lado verde oliva, por enquanto o lado vermelho mostra arrogância e fortalecimento político. Um lado ri debochadamente enquanto o outro lamenta em um silêncio que se torna sinistro.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 17/12/2023
Reeditado em 17/12/2023
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