Sangue. (O Livro dos Mortos. Cap. II)
Sangue. (O Livro dos Mortos.
Cap. II)
Sangue escorre pelas minhas mãos, ouvi seus gritos, lágrimas avermelhadas nas negra camisa. Sentiu poder, sentiu tristeza, esvaiu-se em choro incessante ingerindo meu quarto, eis que fui ferido, morto de certo, mas, revivi no ódio...
O frio aço perfurou-me o peito imputando veias, músculos, um coração alheio a ponta destas palavras, que, não pode partir, nem sufocar, ficando estático...
No segundo de superação pensei em clamar ao céu por piedade, pela ignorância blasfemada da humanidade, pela suas perversões no beijo da morte...
Olhar seu olhar, fez-me forte para aguentar a tortura da sua alma, a minha, hoje, fria, incapaz de impor suas leis, decide agradar o tempo sem vida...
Vi o sangue, dei-me de corpo a essa fonte com a alma, sentir-me aliviado não por matar esse demônio, mas, por ter-me ficado escravo desse demoniaco amor.
Texto: Sangue.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 20/05/2007