Até o último suspiro
Há um vibrar constante e invisível e raios solares que invadem frestas de lugares escuros.
Há milagres demais no mundo.
Como respirar.
Inspira e expira.
Quem já foi atravessado por uma crise de ansiedade, sabe a sensação de se afogar em terra firme.
A gente sobrevive apesar de tudo.
Até o último suspiro,
que a gente nunca sabe.
É uma incógnita num futuro que nem existe e que um dia será tempo presente, que não pode ser descrito.
Apenas sentido.
E nem ao menos pensado.
Pois no momento da reflexão, ele já se torna passado.
Por isso nunca deixo textos vagando pela mente,
escrevo desesperadamente
mesmo que fiquem inacabados.
É uma necessidade constante.
Transpassar. Por mais que muitas vezes eu apenas absorva, tudo e tanta coisa,
que fico cheia,
até do que não é meu.
E escrever é um ato de devolver
quase uma prece silenciosa
encaminhando as palavras
até onde elas possam chegar.