Se Eu Morro Em Você, Já Não Vivo Em Nada...
Pra viver assim, pra acordar assim?
Eu não tenho esse medo, mesmo sozinho, tríade mordaz...
Entre o sol, a lua e o mar...
Acontece, é assim, tanto faz...
Um sorriso, o olhar, uma década ou mais...
Não importa...
Se o dia não vem eu sei que não vivo, que sou chuva forte em terreno vazio...
Se a noite acaba, eu sei, que aqui e em nada...
Serei só faxada que em casa vazia a vontade passada...
Sou um pedaço de tudo, vagando sozinho, dentro do seu nada...
A noite eu te espero com os olhos sofridos...
Da saudade eu não quero, os segredos escritos...
Entrega seus olhos a quem não merece, e reflete meu choro no clamor de uma prece...
De quem teme a morte do amor, que nem nasceu, mas entende que a sorte em você não sou eu...
Com migalhas, fotos e gotas, saudade que se tem, é a forma que sobra quando você não vem...
A força do mar, o tamanho do tempo, a culpa que fica de não poder te encontrar...
Só pode sentir quem sabe o que é dor, de amar sem amor, e não poder dizer pra não te magoar...
Os anos passaram, e lembranças são tantas, de nada vivido só caminhos seguidos em tantas andanças ...
Por deixar o fraterno invadir um capo mais amplo, de sentir que nem sempre a chuva vem, toda vez que é inverno...
Se eu morasse em tudo aí dentro, ocupasse sozinho até os olhares, não seria possível que tu me despejasse....
Pois que sou homem de sonhos perdidos, de saudade infinita e realidade em facada...
Que corta profundo, a carne do peito, e rasga o vazio do coração, sem saber como ele afunda...
Num lago escuro, com amargura nas margens e dor lá no fundo...
Eu não quero morrer sem beijar teu segredo, nem viver sem saber se eu perco esse medo...
De não ter a doçura do olhar que eu vejo, e da morte perfeita acontecer aí dentro...
Não queria saltoar as rédeas da vida e deixá-la escapada...
Pois se eu morro em você, já não vivo em nada...