O SENTIDO NO AMPLIFICAR DOS SIGNIFICADOS
Tudo o que ultrapassa a compreensão de minha lógica pode ser encarado por mim como sem sentido, absurdo e insensato, justamente porque não sou um ser dotado de uma natureza absoluta e perfeita, e sim, obviamente, de uma natureza relativa e limitada; ao mesmo tempo, está em mim a condição de me manter em constante aprimoramento, transformação e desenvolvimento. Ora, quando busco compreender tudo o que ultrapassa a minha razão, desenvolvo em mim a consideração pela existência do outro e a percepção de que não sou o centro onde as coisas devem gravitar; de que, na verdade, sou uma possibilidade de ser em intercomunicação com outras possibilidades de ser. Só transcendo a redoma do meu ego quando aprendo a dialogar não apenas com o distinto que está alhures, mas com o que está na totalidade do meu ser e que parece ser inacessível. A consideração dos meus limites e de minha existência como abertura que me aproxima ao mistério de outros seres, é o que me alicerça de sabedoria, me privilegiando mais do que qualquer inteligência e senso de coerência que eu tenha adquirido aos meus próprios olhos. Da mesma forma, posso não encarar como desprovido de sentido as manifestações que não estão na ordem da vida diurna. Pois se vejo nos meus sonhos uma manifestação rica de significados proféticos ou uma junção de vivências que desvelam certas realidades sobre meu ser e sobre meu entorno, reabro outras perspectivas sobre a vida que muitas podem dialogar com as que estou mais acostumado, amplificando a minha visão de mundo e a minha própria cultura. Dessa forma, não enxergando a minha existência de um ponto de vista mais unilateral e restrito; e sim de outras maneiras que a perspectiva consciente se torna apenas uma entre tantas outras. A maneira mais sábia e lúcida de como eu passo a enxergar a vida, suas experiências, o mundo ao meu redor e as minhas relações de um modo geral, contribuem profundamente para o meu desabrochar nos processos ulteriores de individuação.