Vertentes do amor

Achar a pessoa a qual apenas a alma vê toda a beleza ali presente. É a sensação de ser fisgado pelos olhos e arrebatado tão profundamente que não há como definir onde se encontra. Uma mistura de sentimentos, muitas pessoas presentes e apenas uma única visão, um único coração. Não há parceiro certo nesta vida, porém uma vida maravilhosa quando não pedimos ou tentamos amar, apenas sentimos tudo de uma vez só e pronto, está feito. O beijo, ah que maravilha! Viajar dentro de si mesmo e ser reportado a um lugar completamente desconhecido, desprovido de qualquer preconceito ou proteção, plena aventura que a vida determina. O amor blinda tudo e faz de alguns segundos uma eternidade de nossa ínfima existência. Um duelo permanente. Uma luta sem vencedor ou perdedor. Mesmo que se passem muitos anos àquela sensação do beijar é como uma magia que flui no ar, serena, sem pressa, capaz de o tempo parar. Perder-se em seus cabelos com um breve aroma de lavanda e deles voltar ao verde do seu olhar, de novo, novamente e mais uma vez. É tudo que sempre quis uma mistura da perfeita melodia com a comoção do bater do coração. Poder quiçá um dia acordar e saber que não foi um sonho, talvez uma breve imaginação, perfeita, concreta, certa em todas as suas imperfeições. Não há como deste plano partir sem que se possa entregar ao barqueiro uma única moeda, cunhada no amor; passe para uma travessia serena a dissipar-se de onde viemos, frondoso do mais puro poder que emana do amor. Queria eu entender o que acontecia no confortável e seguro útero de minha mãe que a vida me deu ou a este mundo me trouxe. Portal para o que chamamos de vida. Resumo de aqui estar. Obrigado por todo este tempo de existência, tanto que consigo entender que quando criança tinha o poder de o tempo controlar e os sinuosos caminhos do amor trilhar.