Cotonete no mar da revolução
Cavalo-marinho, por que você não puxa uma carroça na favela?
E não desfila com roupa de planta marinha em pleno carnaval?
Já percebi que você não treme quando o ser humano passa,
E já sei o motivo:
Ele depende do velho sistema excludente!
Você já está disso consciente, né?
Quanto mais possui, mais se gaba de viver da exploração alheia.
Mas veja:
Um menino negro da favela vende picolé,
Enquanto aprende a contar as moedas do pão de amanhã!
É um quadro mórbido, visto da janela do banco ou de um órgão público,
Como um velho conto burguês.
Então largue esse maldito cotonete sujo e cante!
Ocupe os cantos, os prantos, as ruas.
Cuspa na arte burguesa!
Diga aos outros animais marinhos
Que o tempo está se acabando para o ser humano…
Pois aprendeu a explorar os outros,
Juntar riquezas para si
E jogar o lixo no mar.
A revolução vai chegar, ainda que demore!
Tic Tac, Tic Tac!
Tá na hora de ter uma bicicleta
E um livro do Manifesto do Partido Comunista.
Afinal de contas, o caminho é longo, camarada!