Cotonete no mar da revolução

Cavalo marinho, por que você não puxa uma carroça na favela?

E não desfila com roupa de planta marinha em pleno carnaval?

Já percebi que você não treme quando o ser humano passa,

E já sei o motivo!

Ele depende do velho sistema excludente! Você já está disso consciente, né?

Quanto mais possui, mais se gaba de viver da exploração alheia...

Mas veja: Um menino negro da favela vende picolé,

Enquanto aprende a contar as moedas do pão de amanhã…

É um quadro mórbido visto da janela do banco ou de um órgão público,

Como um velho conto burguês.

Então largue esse cotonete sujo e cante!

Ocupe os cantos, os prantos, as ruas, cuspa na arte burguesa!

Diga aos outros animais marinhos que o tempo está se acabando para o ser humano...

Pois aprendeu a explorar os outros, juntar riquezas pra si e jogar o lixo no mar...

A revolução vai chegar, ainda que demore!

Tic, Tac, Tic, Tac!

Afinal de contas, malandragem não é se fazer peixe pra não ter que carregar carroça,

Mas nadar segurando um cotonete…

Se você já aprendeu a nadar com um cotonete,

Que limpou a sujeira dos ouvidos de alguém,

Tá na hora de ter uma bicicleta e um livro do Manifesto do Partido Comunista,

Afinal de contas o caminho é longo, camarada!

Antonio Leandro Fagundes Sarno
Enviado por Antonio Leandro Fagundes Sarno em 02/12/2023
Reeditado em 05/06/2024
Código do texto: T7945242
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