Cotonete no mar da revolução

Cavalo-marinho, por que você não puxa uma carroça na favela?

E não desfila com roupa de planta marinha em pleno carnaval?

Já percebi que você não treme quando o ser humano passa,

E já sei o motivo:

Ele depende do velho sistema excludente!

Você já está disso consciente, né?

Quanto mais possui, mais se gaba de viver da exploração alheia.

Mas veja:

Um menino negro da favela vende picolé,

Enquanto aprende a contar as moedas do pão de amanhã!

É um quadro mórbido, visto da janela do banco ou de um órgão público,

Como um velho conto burguês.

Então largue esse maldito cotonete sujo e cante!

Ocupe os cantos, os prantos, as ruas.

Cuspa na arte burguesa!

Diga aos outros animais marinhos

Que o tempo está se acabando para o ser humano…

Pois aprendeu a explorar os outros,

Juntar riquezas para si

E jogar o lixo no mar.

A revolução vai chegar, ainda que demore!

Tic Tac, Tic Tac!

Tá na hora de ter uma bicicleta

E um livro do Manifesto do Partido Comunista.

Afinal de contas, o caminho é longo, camarada!

Antonio Leandro Fagundes Sarno
Enviado por Antonio Leandro Fagundes Sarno em 02/12/2023
Reeditado em 28/04/2025
Código do texto: T7945242
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