Vil Depressão.
Vil Depressão.
Sentado aqui na imensidão deste quintal, vendo os beija-flores beijando a flor de maracujá recordo dos beijos no final de tarde na primavera de 2000. Flores enfeitam o canteiro de onde nosso amor brotou como Orquídeas colocando toda sua beleza e graça no desejo semeado entre os nossos corpos abraçados.
Sentado pego nas minhas mãos um punhado de areia, que, escorre entre os dedos sugerindo o ir desse tempo nos grãos finos desse sentir. O vento vem ajudar espalhando esses grãos pelos quatro cantos deste quintal, mas, deixa na memória a lembrança de ontem pintados em quadros na parede com fotos junto a saudade de senti-la.
O caos não representaria com perfeição todas as tempestades e maremotos incontido no intimo deste que vos escreve. Ao partir para outro plano deixou-me sem planos para seguir, chorando nas madrugadas solitárias encontro consolo no velho travesseiro que exala seu perfume, sorrindo nos dias perfeitos na tentativa de animar-me, meus conhecidos desconhece a profundidade desta falta, então, entre o dia e a madrugada só me resta um tempo curto para abafar todo este desumano, mas, bem intencionado querer.
Há dias que a visito em sua vala, pergunto porque deixou-me e com o mesmo silêncio com que em vida respondia, eu, apenas espero um sinal qualquer sem êxito. Penso então, o suicídio foi sua resposta, agora sentado ainda neste quintal invejo a alegria da vida com seus seis cachorros e o gato, algumas vezes vindo até mim procurando você, sem entender.
Valeu!..
Eu espero que sim. Descanse minha amiga, minha ex, minha cantora nas horas de alegrias que a vil depressão roubou da vida.
Texto: Vil Depressão.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 30/11/2023 às 18:16