Mais uma vez, hoje
Só mais uma vez, será que dá para sentir algo com a mesma intensidade duas vezes?
Ou será paranoia da minha mente pensar que somos capazes de reviver algo que já tenhamos passado?
Seja lá como for, posso dizer que pelo menos neste instante consegui sentir algo que há tempos não sentia. Um misto de liberdade, aconchego e amor.
É como se estivesse abraçando um urso e o calor dele me aconchega a ponto de me sentir completa. Sei como é isso? Não, obviamente nunca abracei um animal que poderia facilmente me matar, até porque seria ridículo pensar que tal metáfora poderia ser verdadeira.
A sombra do passado parece me acompanhar em momento que, sinceramente não me sinto confortável em sentir sua presença. Mas, pra que? O passado é apenas um instante que deixa de existir para ser presente e ao mesmo tempo futuro. Loucura? Certamente que todos temos uma parte tendenciosa ao incerto ou duvidoso, e talvez essa seja a chave que precisamos para acalmar o dia a dia e conseguir viver verdadeiramente.
Viver, uma palavra que não consigo se quer mensurar. Talvez seja como o amor, clichê mas verdadeiro: imensurável e indescritível. Uma verdade que para poucos, ou muitos, têm dupla conotação.
Ah o amor, será intenso como dizem ou apenas retratam como gostariam que fosse? Pelo menos pra mim, essa palavra e sentimento vai muito além de um carinho, cuidado ou atitude. É algo carnal, brilhante e devastador ao mesmo tempo. Te dá tudo e te tira tudo em um só instante.
Imagine que está fechando os olhos, tente sentir, veja e a imagem que está diante de ti, enquanto fecha-os perceba cada detalhe e guarde. Ao abrir, você já sabe o que está prestes a ver, sua mente te mostra a última imagem que viu, você consegue vê-la nitidamente, mesmo que com os olhos ainda fechados. Mas no instante que pensa e comanda seu cérebro para que abra os olhos, sua pupila dilata em segundos e se prestar bem atenção é como uma tela em branco que se preenche em milésimos de segundos. Lindo! Suas pupilas dilatam até que se ajeitem e novamente você verá o que estava vendo, ao vivo e a cores, mas será que é o mesmo que via? Algo mudou?
Penso que a cada vez que nos damos conta de algo, mudamos a forma que vemos o que pensamos. Diariamente minha mente me sabota querendo me convencer de que vivo em uma mundo imaginário, ritmado e perdido e em alguns momentos preciso voltar para a realidade. Como voltar? Ainda não descobri certamente o caminho, mas mais uma vez, hoje tentarei.
Epifania existencial que tive e precisava registrar. 22/06 de um ano qualquer, se continuar fazendo sentido, é o que me importa.