O MEDO

Por que as pessoas sentem medo?

Medo de perder o emprego, de morrer amanhã, ficar sozinho e um monte de coisas. Por que? Os animais sentem medo, mas não sentem o mesmo medo que nós. Eles só sentem um medo imediato, quando são ameaçados fisicamente, estão muito mais no momento presente do que a gente. Nossas angústias se dão muito mais pelo passado e futuro, uma linha do tempo psicológica, que se pensarmos bem, é uma ilusão, pois só existe o momento presente. No momento presente em que estou sentado, nada me ameaça, não há nenhum perigo.

A Matrix do tempo é a Matrix da matéria, do medo e do pensamento. O medo vem do pensamento. Quando você era criança, caiu e se machucou, no momento da queda você não sentiu absolutamente nada, nenhuma dor. Só quando olhou para o machucado, a ferida, o sangue, é que veio a dor. A dor foi gerada pelo pensamento, a consciência de que você se feriu.

O ideal é ficar o máximo possível no momento presente. Quem medita bastante consegue ficar no momento presente, com uma atenção plena e paz mental em qualquer lugar.

Percebemos a teia em que estamos envolvidos, que é gerada pelo pensamento e o medo. As pessoas procuram fugas para não sentir medo em vez de pura e simplesmente encarar o medo, perceber que elas são o medo, independente de qualquer coisa. Elas culpam determinada circunstância passada em sua vida como causa de seu mal estar, porém o medo é só um, é o medo que está enraizado no psicológico da espécie humana, e quando você percebe isso não há nada a fazer, só realmente ver e compreender o fato, ficar no momento presente, que o medo passa.

O medo imediato, comum nos animais, é um medo que demanda uma ação imediata, a partir do "ver", como quando uma cobra aparece em seu pé, ou você se afasta ou a mata imediatamente. Esse tipo de medo é necessário à sobrevivência.

Pessoas muito auto-centradas e apegadas a seu pequeno eu, são egocêntricas e muito narcisistas; tendem a ter uma noção maior de separação entre seu "eu" (ideia de eu construída com base no "conhecimento", no passado, em experiências, ideias pré-concebidas e crenças sobre o que ela é, sua identidade) e o mundo. Daí a dificuldade de esquecer um pouco de si e se colocar no lugar do outro. Elas não tem noção de unidade e acreditam que são uma entidade separada, isolada, e estão sempre na defensiva, com medo do outro as prejudicar.