Como dizia meu saudoso pai, o bom e velho ditado: " calar é ouro, falar é prata."
Houve um tempo em que eu falava, eu queria falar; e precisava ser ouvida também... porém, muita das vezes era interrompida, tinha que ouvir o outro falar, e falar... e falar sem parar... até que num dado momento, o assunto já era outro e eu até me esquecia o que queria falar. Contudo, era nítido que o outro só queria os meus ouvidos para escutar. Hoje, mais do que nunca, dirijo minhas palavras a poucos, não é qualquer um que empresta os ouvidos, tampouco o coração. Conversar, de verdade, consiste em momento de fala e escuta; que se alternam no desenrolar do papo.
Quando quero transbordar, porque me sinto sufocada, coloco-me a escrever... nesse ato, ninguém vai me conter, abro as comportas do meu ser... só se dói, quem quiser doer. Nem tudo é sobre nós, nem tudo tem a nossa medida, e a medida mais sábia, é se apossar apenas do que é nosso, o que vai nos servir, jamais denegrir ou diminuir. Tem gente que prefere um monólogo com platéia; nesse caso, não espere o "espetáculo" acabar para se levantar. Saiba se posicionar: de pé, em direção à saída. Sem fazer alarde, deixe o outro se tocar.