"Ilha do Amor Ausente"
Na serenidade das águas que abraçam São Luís do Maranhão, encontro-me imerso em um cenário paradoxal. Esta ilha, apelidada de "Ilha do Amor", ecoa ironias que me atingem profundamente. Enquanto as águas me cercam, alimentam a ilusão de proximidade e amor, ao mesmo tempo, são o fosso que me separa daqueles que meu coração anseia.
Observo o reflexo das luzes dançantes sobre as ondas tranquilas da Baía de São Marcos, enquanto meu ser se enlaça em saudades e anseios. As águas, talvez em sinfonia com meu próprio sentimento, parecem balbuciar segredos, criando um abraço efêmero que não preenche o vazio da ausência da pessoa amada.
Ah, o irônico destino de estar cercado por um apelido tão encantador, enquanto as próprias águas que a circundam se tornam a barreira entre mim e o amor que almejo. É como se o cenário exuberante e romântico apenas acentuasse a dor da distância, um lembrete constante da separação que sofro.
Sorrio por fora, escondendo a tristeza que permeia meu ser. É uma dança entre a alegria aparente e a melancolia silenciosa que habita meu peito. "Aguenta coração", repito para mim mesmo, tentando encontrar conforto nas palavras que servem como um bálsamo temporário para a dor que carrego.
Por enquanto, é aqui que permanecerei, envolto pela beleza dessa ilha, mas ao mesmo tempo preso em minha própria melancolia. A esperança vagueia, e eu sigo contemplando as águas que separam o amor que me é caro, buscando nas estrelas cúmplices de minhas noites solitárias um vislumbre da possibilidade de um reencontro que acalente minha alma cansada.