Nem o vento me torna sensível

Passam as horas como dias. A carga de informação e a inundação de muitos sentidos me pressionam. Nada sai de mim, a não

ser o que eu fui, o que eu sou. Ou o que eu ainda vou ser. Ainda não sei (ou finjo que não), não tenho vontade de ser nada.

A carne dói por que a mente não descansa. Preciso muito da calmaria e da vida parada. Eu não acredito (não por enquanto) que vou desistir. Cansada de tentar lutar e só encontra o que desequilibra e afasta, o que não traz respostas.

Nem o vento me torna sensível, ele não passa perto de mim. Nada me encontra, nem mesmo o espelho. Quero apenas ser notada por mim e levada para o que posso ser.

Muita pressão que me deixa pequena e com vontade de sair, vamos, saia! Vou gritar e gritar! Gritar para o silêncio vir e me fazer parte dele, me levar do caos e sair do conflito.

Seropédica, RJ. Quatro de Outubro de Dois Mil e Onze. 22h06min

Gênia Fernandes
Enviado por Gênia Fernandes em 16/11/2023
Código do texto: T7933483
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