Nem o vento me torna sensível
Passam as horas como dias. A carga de informação e a inundação de muitos sentidos me pressionam. Nada sai de mim, a não
ser o que eu fui, o que eu sou. Ou o que eu ainda vou ser. Ainda não sei (ou finjo que não), não tenho vontade de ser nada.
A carne dói por que a mente não descansa. Preciso muito da calmaria e da vida parada. Eu não acredito (não por enquanto) que vou desistir. Cansada de tentar lutar e só encontra o que desequilibra e afasta, o que não traz respostas.
Nem o vento me torna sensível, ele não passa perto de mim. Nada me encontra, nem mesmo o espelho. Quero apenas ser notada por mim e levada para o que posso ser.
Muita pressão que me deixa pequena e com vontade de sair, vamos, saia! Vou gritar e gritar! Gritar para o silêncio vir e me fazer parte dele, me levar do caos e sair do conflito.
Seropédica, RJ. Quatro de Outubro de Dois Mil e Onze. 22h06min