DRAMATURGO, EU...
Na penumbra do teatro, onde a luz dança delicadamente entre cortinas pesadas, nasce o mago da palavra: o dramaturgo. Ele é o alquimista da emoção, misturando sonhos, dores e risos em um caldeirão de palavras que ganham vida nos palcos do coração humano. No palco da vida, onde as cortinas se abrem para as mais intensas experiências, encontra-se um dramaturgo singular, cuja caneta, celular ou computadores são suas ferramentas mágicas para tecer histórias que ecoam nos corações do público. Este artífice das emoções, muitas vezes escondido nos bastidores da existência cotidiana, revela-se como um arquiteto de mundos, um criador de realidades que transcende o comum.
A jornada do dramaturgo começa na obscura sala de sua mente, onde ideias brotam como sementes que aguardam pacientemente para serem regadas. Ele é o arquiteto do invisível, desenhando mundos imaginários com tintas e telas digitais feitas de emoções humanas. Cada palavra é um tijolo, cada diálogo uma ponte entre a realidade e o reino da fantasia. Nas páginas em branco do destino, o dramaturgo eu traça linhas que conectam passado, presente e futuro, costurando uma trama intricada de eventos e sentimentos. Cada palavra, meticulosamente escolhida, é como um pincel que dá vida aos personagens que habitam a peça da sua própria vida. Há protagonistas corajosos, enfrentando desafios como heróis modernos, e antagonistas sombrios, representando os obstáculos que testam a resiliência do espírito.
Mas a magia verdadeira não está apenas nas palavras escritas; reside na capacidade do dramaturgo de transcender a barreira da página e tocar as almas que habitam os assentos na penumbra. Cada peça é uma viagem, uma jornada pelos recantos da psique, guiada pela batuta invisível do dramaturgo, que conduz uma sinfonia de sentimentos. É nas reviravoltas inesperadas que este dramaturgo revela sua maestria, transformando adversidades em oportunidades de crescimento e superação. Cada ato é uma oportunidade para explorar os recantos mais profundos da alma, revelando nuances que tornam a narrativa única e autêntica. Emoções fluem como rios turbulentos, ora calmos como lagos serenos, conforme o enredo se desenrola com uma cadência peculiar.
As lágrimas que caem no rosto do espectador não são apenas gotas salgadas, são fragmentos do próprio drama humano que o dramaturgo destila com maestria. Ele desenha o sofrimento com traços de esperança, pinta o amor com pincéis de desafio, e esculpe a comédia nas linhas de amadurecimento. Cada peça é uma tela onde a vida é representada, com todos os seus altos e baixos, nuances e explosões de emoção. Mas a magia do dramaturgo eu não se limita ao papel e à tinta; as telas, ela transcende o palco da mente para influenciar as interações diárias. Cada diálogo é uma cena, cada encontro é uma representação única, e o cenário é constantemente moldado pelos caprichos do momento. As palavras são suas ferramentas de construção, e as emoções, suas tintas, com as quais ele pinta o quadro vibrante da existência.
No processo criativo, o dramaturgo é um filósofo moderno, explorando as profundezas do ser humano e questionando o significado da existência. Suas palavras são faróis que iluminam as sombras da alma, lançando luz sobre os cantos esquecidos e as verdades enterradas sob as convenções sociais. E, no entanto, a verdadeira magia do dramaturgo está na vulnerabilidade que ele compartilha com o mundo. Cada obra é uma fatia de seu coração, oferecida ao público com a esperança de que, ao compartilhar suas próprias lutas e triunfos, ele possa inspirar, consolar e provocar reflexão. Este dramaturgo não é apenas um contador de histórias, mas um intérprete apaixonado, dando vida às palavras com uma entrega visceral. Cada palavra é pronunciada com a intensidade de quem compreende o poder das histórias para unir, comover e inspirar. É um ato de autenticidade, uma expressão crua da própria jornada, compartilhada com o mundo de uma forma que ressoa com a universalidade da experiência humana.
Assim, o dramaturgo não é apenas um contador de histórias; é um curador de experiências humanas, um visionário que transforma a dor em poesia, o caos em ordem e a confusão em clareza. Ele vive para fazer mais do que simplesmente escrever; ele existe para desenhar pontes entre corações, unindo espectadores em uma dança eterna de emoções compartilhadas. Portanto, celebremos o dramaturgo, o artífice da alma, cujas palavras transcendentais ecoam nos corredores da eternidade, lembrando-nos de que, por meio do teatro, somos todos personagens em um épico coletivo, tecido pelas mãos habilidosas do contador de histórias supremo. No grandioso palco da vida, o dramaturgo eu é o autor e o ator principal, com um roteiro em constante evolução. Cada cena, cada ato, é uma contribuição valiosa para a grande epopeia da existência. É um convite para o espectador interno se perder nas páginas emocionantes de uma história única, uma história que é, ao mesmo tempo, obra de arte e artista, um conto inesquecível no grande teatro da vida. Prazer, dramaturgo eu!
.
.
.
Ronald Sá, é ator, dramaturgo, diretor e professor de teatro. Tem mais de 30 textos teatrais escritos, tanto infantil e adulto. Mora em São Luís do Maranhão. Começou a se interessar pelas letras desde criança. Formado em Artes Cênicas, tem um grupo de teatro na periferia da cidade maranhense, o Núcleo de Produção Teoria das Artes, no Anjo da Guarda, bairro cultural, celeiro de vários artistas. Atuou, escreveu e dirigiu 26 espetáculos. No momento, escreve sua primeira série e e seu primeiro livro sobre o mundo teatral.