"Calejados"
Entre as narrativas de quem sofra mais. Você grita, grita, ecoa. Se ecoa. A verdade, é que um dia se pressumiu a inocente felicidade. Mesmo, para quem te dê a liberdade, de esgotar às palavras possíveis, que possam ser ditas. Em dado momento, uma coerência irá pressupor, que o silêncio realmente possa dizer muito mais. Os sábios, já sabiam e de tanto se agarrar a querer provar seu sofrimento aos outros, a querer obrigar que lhe escutassem, foram aprendendo que mais vale transformar em produções, esse sofrimento que nunca poderão compreender de fato, nem mesmo eles. "Calejados", vamos ficando. Compreende-se, que a melancolia enquanto temperamento, te faça ficar marcado mais facilmente. Mas, nos ditames da vida, a perpétua verdade é que alguns nasceram com muito mais predisposição a serem atacados. Na verossimilhança das ideais, mesmo assim, muito confusa fico. Quero negar a pouca idade, com tentativas de se encobrir na maturidade que venha sendo adquirida. A ceifada certeira, é que nunca poderemos enxergar ao todo. Que dessa realidade, muito menos de uma parte será vista, nesse todo "real". Nem o mais maduro, embora possamos aprender tanto com tais, irá compreender toda a "arte" que você demonstre. Nem a dele, propriamente. E que se a "arte", a filosofia e ciência, foram separadas de tal modo, no mundo capital, de mesmo modo, o ser humano se enxerga separado de tudo, não nas consciências de massa, não é disso que falo, mas na própria ideia de "indivíduo". Se bem que, foi exatamente por se perceber separado, que se viu em tanta necessidade de precisar de uma. Se uma vez, junto a natureza fomos verdadeiramente livres, lá naquela primeira infância, desde que passamos a nos reconhecer frente ao espelho, o "eu", surgindo como instância cognitivamente compreendida. Nem mesmo a psicanálise, consegue abstrair muito da complexidade humana. É que seria estapafúrdia ingenuidade, pensar que o ser mais complicado existente, teria todas suas operações conhecidas...